Síndrome pós-Covid pode ser minimizada com tratamento multiprofissional

Texto: Rafaela Carvello – Jornal A Redação 

Fadiga intensa, dor crônica, fraqueza muscular, dificuldade para respirar, déficits cognitivos, como alterações de memória e fadiga mental. Esses são alguns dos sintomas da Síndrome Pós-Covid que tem desafiado a comunidade médica e pesquisadores de diferentes áreas da saúde. O que se sabe, até o momento, é que alguns pacientes que foram infectados pelo novo coronavírus apresentam quadro de inflamação difusa e multissistêmica. “Sair do hospital ou ter alta médica não significa que este paciente está livre de tratamento”, alerta a nutricionista Nany Sado, que tem prestado atendimento a esses pacientes.

De acordo com a nutricionista, pessoas infectadas pela Covid-19 apresentam quadro oxidativo e aumento inflamatório. Mesmo após o tratamento da doença, ficam sequelas e elas devem ser tratadas com acompanhamento multiprofissional que engloba nutrição, fisioterapia e educação física. “O tratamento multiprofissional realinha o organismo. A fisioterapia fortalece a mobilidade e a respiração. A atividade física ajuda no fortalecimento muscular e combate a perda de massa magra (sarcopenia). E a nutrição devolve proteínas, vitaminas e sais minerais para o paciente”, afirma Sado.

Na segunda onda da Covid-19, o Brasil chegou a registrar 75 mil novos casos por dia. Só o estado de Goiás registrou mais de 8 mil mortes provocadas pela doença entre março de 2020 e fevereiro de 2021. Segundo o fisioterapeuta Thiago Vilela, o tratamento para o fortalecimento de pulmões e a devolução da mobilidade deve começar assim que o paciente sai do período de quarentena ou que tem alta hospitalar. “Nos casos mais graves o impacto é muito grande, não só na mobilidade, mas na funcionalidade de forma geral. Tem pacientes, por exemplo, que demoram muito tempo para conseguir fazer algumas ações básicas, tais como, tomar banho sozinho, fazer higiene pessoal, fazer caminhadas acima de cem metros”, relata.

A fraqueza para respirar e a perda de mobilidade provocada pela Síndrome Pós-Covid é uma característica comum em pacientes que passaram muito tempo em tratamento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Além desses fatores, o fisioterapeuta alerta para as repercussões neurológicas. “São pacientes que tiveram Covid, recuperaram e alguns meses depois tiveram AVC”, afirma Thiago Vilela. Outra queixa comum são dores musculares generalizadas, as chamadas mialgias.

Segundo a profissional de educação física Dayana Teodoro Mendes, a atividade física é importante e recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), porém, o retorno aos treinos deve ser feito com moderação e após avaliação médica com exames de eletrocardiograma para verificar se o paciente não teve sequelas graves da doença. “O mais importante é não exigir demais do corpo após a síndrome. Se você já realizou alguma atividade antes de contrair o vírus, continue, porém, numa intensidade menor. Se não realizava, começar com exercícios leves e de menor duração”, informa.

Alimentação a favor da vida

Pacientes com Síndrome Pós- Covid devem ter uma dieta anti-inflamatória. Ela consiste numa alimentação com proteínas magras, mas de alto valor biológico. Alimentos com bastante fibras, de preferência os integrais. “As verduras e os vegetais ajudam a repor as vitaminas e os minerais antioxidantes. As frutas vermelhas escuras têm antocianinas que reduzem a neuroinflamação”, explica Nany Sado.

Outra dica importante é dar preferência aos alimentos orgânicos, sem o uso de agrotóxicos que prejudicam a saúde. Segundo a nutricionista, em alguns casos, a dieta equilibrada não basta, é necessário fazer suplementação alimentar. “Dependendo da alimentação do paciente é necessária a suplementação com vitaminas, minerais antioxidantes e proteína magra”, conclui Sado.

 

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Nany Sado - Doctoralia.com.br